Dúvidas frequentes

Avaliação pré-anestésica, pra que serve?

Esse é seu primeiro contato com o anestesista e pode acontecer em uma consulta prévia a internação, ou no dia da cirurgia. Nessa conversa o anestesista irá avaliar seu histórico de doenças, cirurgias prévias, medicações de uso regular, nível de atividade física e exames complementares, entre outros fatores. Após relacionar esses elementos irá propor possibilidades de técnicas anestésicas a serem realizadas, discutindo as propostas com o paciente e familiares e se colocando à disposição para dirimir dúvidas. Ao final, irá disponibilizar o termo de consentimento livre e esclarecido para assinatura do paciente, ou responsável. Sem dúvidas esse é o primeiro passo para que sua anestesia seja segura.

A avaliação tem que ser feita pelo mesmo anestesista que irá realizar o procedimento?

Não e fique tranquilo, isso não compromete a qualidade do seu atendimento. As idéias discutidas com você em sua avaliação pré-anestésica estarão discriminadas em um impresso preenchido pelo anestesista que irá te avaliar, garantindo que as informações cheguem ao médico que irá realizar anestesia. As práticas anestésicas são regidas por protocolos bem estabelecidos, de conhecimento de todos os médicos da CMA Anestesia, que inclusive são auditados mensalmente sobre a sua correta utilização.

Por onde começa sua segurança durante a internação?

A correta identificação do paciente é o passo número 1. Assim que você passar pelo setor de internação irá receber uma pulseira com seu nome completo e data de nascimento. Estes são os dois elementos que usamos para te identificar. Essa pulseira será conferida antes de cada medicação, ou procedimento ao qual você irá se submeter. Parece repetitivo, mas é a melhor forma de garantirmos o tempo todo que aquela intervenção corresponde aquele paciente.

E se você for alérgico?

Pode ficar tranquilo, pois temos um protocolo específico para te proteger. Assim que você chegar a unidade de internação irá receber uma pulseira vermelha com o nome da medicação, alimento, ou substância ao qual tem alergia. Esta será checada antes de cada intervenção. Além disso, em todas as páginas do seu prontuário haverá uma etiqueta vermelha com seu causador de alergia, deixando essa informação sempre em evidência. O questionamento sobre alergia será feito repetidamente a você, como forma de garantir sua segurança. Na sala em que será submetido a cirurgia, há um quadro de cirurgia segura no qual também será descriminado seu agente causador de alergia.

Você pode ir dormindo para o centro cirúrgico?

Na maioria das vezes sim, mas nem sempre. A realização de medicação pré-anestésica será decidida em conjunto por você e pelo anestesista durante a avaliação pré-anestésica. Em geral evitamos essa medicação para pacientes com história de apnéia obstrutiva do sono, obesidade, idade muito avançada, possível dificuldade de intubação, gestação, cirurgias de urgência, entre outros, principalmente pelo risco de dificuldade respiratórias e vômitos com possível sufocamento. Para os pacientes sem contraindicação podemos oferecer uma medicação pré-anestésica. O objetivo é te aclamar e esse é o efeito que podemos garantir, apesar de na maioria dos casos fazer com que o paciente durma e não se lembre de nada. Em geral essa medicação será prescrita por via intra-muscular para que tenha efeito a tempo de o paciente ser encaminhado a sala de cirurgia, já que por via oral esse efeito demora mais. Para crianças a medicação quase sempre será prescrita por via oral e a criança ficará sonolenta após alguns minutos. Crianças menores de um ano, em geral, não recebem essa medicação.  Caso seu cirurgião não tenha demarcado o lado da cirurgia antes de você ser encaminhado ao centro cirúrgico a medicação pré-anestésica não poderá ser administrada para garantir que você chegue acordado para fornecer essa informação. Estudos científicos já mostraram e você verá que, com ou sem medicação, seu nível de ansiedade irá reduzir muito após a conversa e orientações do anestesiologista.

Jejum pré-operatório tem relação com segurança?

Sem nenhuma dúvida, por isso siga a orientação do seu médico e informe eventuais imprevistos. Se comer ou beber algo por descuido não deixe de avisar. No momento que você é anestesiado, caso o tempo de jejum não seja suficiente, você corre risco de que ocorram vômitos e que o material regurgitado vá para o pulmão. Essa intercorrência causa uma complicação grave chamada de pneumonia aspirativa, que pode levar a morte. Conceitos mais modernos possibilitam diferentes tempos de jejum para diferentes tipos de alimentos, mas isso deve ser discutido com seu médico, a depender do seu estado de saúde e do procedimento a ser realizado, por isso, a não ser que haja orientação em contrário, você não deve ingerir nada (sólido ou líquido) durante o período estipulado de jejum. Suas medicações de uso habitual podem ser tomadas com dois dedos de água no dia da cirurgia sem que isso seja considerada uma quebra do jejum, a menos que seu médico oriente a suspensão da medicação.

É realmente necessário retirar toda a roupa, brincos, piercings, anéis, pulseiras, cordões, próteses dentárias, lentes de contato antes de ir pra cirurgia?

Sim e isso também tem toda relação com a sua segurança. Na maioria das cirurgias é utilizado um tipo de equipamento chamado bisturi elétrico que pode resultar em queimaduras caso o paciente porte estes itens. Além disso, roupas podem garrotear membros; objetos de metal podem servir de pontos de pressão lesando a pele; próteses dentárias móveis podem se soltar indo parar no pulmão ou estômago; lentes de contato podem se dobrar dentro dos olhos causando lesão de córnea. Além disso, caso estes itens sejam retirados no centro cirúrgico haverá sempre o risco de que sejam perdidos.

O que é mais perigoso entre anestesia geral e raquianestesia?

Na verdade, essa é uma pergunta para a qual não há uma resposta que sirva para todos os casos. Existem indicações específicas para uma, ou outra técnica. Essa decisão é multifatorial e bastante complexa e sempre iremos te sugerir, baseados na melhor evidência científica, a técnica mais segura e que melhor se aplica ao seu caso. Em última análise, a decisão final é sempre do paciente e você pode recusar o procedimento ao qual não queira se submeter.  Um caso específico que vale destacar é do parto cesariana no qual a realização de anestesia geral é reservada para casos extremos com indicações restritas, pois sua realização agrega grande chance de complicações e até mesmo óbito tanto para a mãe quanto para o bebê.

Como garantir que vão fazer a cirurgia correta, do lado correto, na pessoa correta?

Esse é um grande medo dos pacientes e uma grande preocupação dos hospitais e até da Organização Mundial da Saúde que criou várias medidas específicas para tal problemática. A primeira é a presença da pulseira com nome e data de nascimento do paciente que será exaustivamente conferida antes de qualquer abordagem ao paciente. Antes de você receber qualquer medicação que possa interferir com sua consciência, o cirurgião irá checar a lateralidade da cirurgia e fazer uma marcação padronizada em seu corpo determinando o lado a ser operado. Antes de você entrar na sala de cirurgia será preenchido um quadro de cirurgia segura, no qual constam: nome, data de nascimento, alergias, cirurgia a ser realizada, lateralidade, nome do anestesista e do cirurgião. Antes de ser iniciada anestesia mais uma vez o médico anestesista em conjunto com a equipe de enfermagem irá conferir sua identificação e eventuais necessidades extras. Antes de o cirurgião iniciar procedimento, mais uma vez irá conferir com toda a equipe envolvida a sua identificação, o procedimento a ser realizado e a lateralidade.

E a anestesia vai dar pra cirurgia inteira? Será que não vou acordar?

Fique tranquilo, a anestesia geral não é realizada por meio de uma injeção única de uma medicação, mas pelo fornecimento contínuo da medicação pela veia, ou pelo ar que o paciente respira durante a cirurgia. Assim, para fazer o paciente acordar interrompemos a medicação e em alguns poucos minutos ele estará desperto, mas caso a cirurgia se prolongue por horas, basta manter o fornecimento da medicação e ele continuará dormindo. Além disso, em muitas cirurgias utilizamos um monitor chamado BIS que é capaz de dizer se o paciente está tendendo a despertar e assim podemos regular o fornecimento de medicação anestésica. Nos procedimentos realizados sob sedação não é considerada uma falha o paciente ter consciência em algum momento, nestes casos iremos garantir que não haja dor e a finalidade da sedação é propiciar sonolência e tranquilidade, apesar de a imensa maioria dos pacientes dormirem e não se lembrarem de nada.

É preciso intubar?

Alguns casos sim e outros não. Depende do tipo de anestesia que será realizada, entre outros fatores. Na maioria dos casos em que realizamos anestesia geral é necessária intubação.

Se fizer raquianestesia, posso levantar a cabeça?

Sim. Existe a cefaleia pós-raquianestesia, uma dor de cabeça que pode acontecer em quem se submete a esta forma de anestesia. Atualmente, ela é extremamente rara e não é causada por levantar a cabeça, portanto essa orientação de manter a cabeça baixa após realizar esse tipo de procedimento é algo ultrapassado.

Posso ir direto da sala de cirurgia para o meu quarto?

Não e há um bom motivo pra isso. Logo após a cirurgia você está sob risco de uma séria de complicações, tais como: dor, vômitos, sangramento, perda de consciência e dificuldade respiratória. Por isso, assim que acabar a cirurgia você será encaminhado para a sala de recuperação pós-anestésica, onde irá ser monitorizado até estar bem acordado e garantirmos que você não esteja com dor forte e vômitos. Antes de ir para o quarto você será reavaliado pelo anestesista que irá então te liberar. É assim que garantimos sua segurança no pós-operatório imediato.

Posso ir para casa no mesmo dia da cirurgia? Isso é seguro?

Em alguns casos sim. Quando o paciente é liberado no mesmo dia, algo cada vez mais comum, chamamos de procedimento ambulatorial. Vale ressaltar que para ter alta você precisa estar acompanhado de alguém maior de 18 anos e não pode ir embora dirigindo. Inclusive deve evitar dirigir por 24 horas após a anestesia.

Depois que for pra casa, o que devo evitar?

Na verdade, a maioria das recomendações e restrições do pós-operatório estão relacionadas a cirurgia e não a anestesia. Nas primeiras 24 horas após a cirurgia deve-se evitar dirigir e conduzir máquinas, depois disso, em geral segue-se a vida normalmente.

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