A pandemia do coronavírus trouxe modificações nos protocolos cirúrgicos. Inicialmente, com a primeira onda, as cirurgias eletivas foram canceladas ou adiadas para que os leitos de UTI, enfermaria e materiais hospitalares fossem restritos à atual situação, e evitar que os pacientes cirúrgicos sofressem de complicações pulmonares pós-operatórias e morte.
O estudo GlobalSurg – CovidSurg Week capturou dados de 141 mil pacientes de mais de 1.600 hospitais. A pesquisa realizada por cientistas de 116 países, incluindo cientistas brasileiros, mostrou o impacto positivo da vacinação contra a covid-19, em pacientes submetidos a cirurgias eletivas, na prevenção de mortes relacionadas ao coronavírus. Um dos objetivos desse estudo é mostrar o impacto da priorização da vacinação na mortalidade de pacientes submetidos a qualquer tipo de cirurgia eletiva em regime de internação. Os cientistas estimam que a imunização global proposta pela vacinação pré-operatória para pacientes eletivos poderia evitar mais de 58 mil mortes relacionadas à covid-19 e mortes pós-operatórias relacionadas à covid-19 em um ano.
No entanto, o fornecimento de vacinas ainda é limitado em muitos países, mesmo havendo planos de vacinação em todos eles. A maioria das políticas de imunização priorizam grupos de maior risco de mortalidade pela covid-19.
Em contrapartida, já estão sendo desenvolvidos estudos que favorecem pacientes cirúrgicos nos planos de vacinação, apoiando a priorização de pacientes com 70 anos ou mais que precisam de cirurgia eletiva.