A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu o 8 de Julho como Dia Mundial da Alergia, com o objetivo de alertar a todos da importância do tratamento das alergias. Em certos casos, elas podem provocar a morte.
O medo de uma crise alérgica durante o procedimento cirúrgico é frequentemente relatado pelos pacientes. É preciso esclarecer que a ocorrência da alergia durante o procedimento pode estar relacionado ao medicamento para a anestesia, mas também aos diferentes tipos de medicamentos administrados, tais como antibióticos, analgésicos e anti-inflamatórios.
As reações alérgicas podem ser discretas – vermelhidão na pele, prurido (coceira) ou inchaço de alguma área do corpo, por exemplo – ou caracterizar ocorrências graves como o choque anafilático. Neste, o paciente pode apresentar redução da pressão arterial, aumento da frequência cardíaca, baixa oxigenação no sangue, dificuldade para respirar e, em situações extremas, vir a óbito.
Existem pacientes que correm maior risco de apresentar alergia às substâncias administradas durante o procedimento cirúrgico, não sendo exclusivo a estes grupos citados a seguir:
- pacientes já submetidos a procedimentos cirúrgicos previamente e que, portanto, já foram expostos aos medicamentos utilizados e estão sensibilizados;
- pacientes com histórico de rinite ou comprometimento pulmonar tal como a asma;
- histórico de alergia a medicamentos, a alimentos, a tecidos e a substâncias químicas, entre outros.
Para reduzir a possibilidade de ocorrência de alergia durante o procedimento cirúrgico, é necessário que o paciente comunique sua história prévia de alergia à equipe multiprofissional no momento da internação, principalmente ao anestesiologista, que avaliará o grau do risco de desenvolvimento de alergia[G1] durante o procedimento cirúrgico.
A medida preventiva executada pelo anestesiologista é o planejamento do processo anestésico, excluindo a administração dos medicamentos relatados pelo paciente com ocorrência de alergia prévia. Além disso, o relato de alergias alimentares (corantes, algumas frutas como kiwi, banana e abacate e alimentos como camarão e ovo) e de alergia ao látex influenciam no planejamento medicamentoso do processo anestésico.
As interações medicamentosas (interferência de um medicamento, alimento ou droga na absorção, ação ou eliminação de outro medicamento) são consideradas para a prevenção de reações alérgicas.
O anestesiologista, além de atuar preventivamente no processo da ocorrência da reação alérgica, também é responsável por identificar sinais e sintomas de ocorrência de alergia, atuando para o seu controle. Em casos de ocorrência de choque anafilático, por se tratar de emergência médica, será necessário que a equipe reconheça rapidamente o quadro clínico e atue com o objetivo de manter níveis adequados de pressão arterial, oxigenação sanguínea e função respiratória satisfatória.
A equipe da CMA segue protocolos atualizados para identificar o risco de desenvolvimento de alergias durante o processo cirúrgico e presta atendimento aos pacientes que apresentarem reações alérgicas desde leves até ocorrências graves.